Doença Arterial Obstrutiva

A doença arterial obstrutiva ocorre quando placas de gordura se formam dentro das artérias (que levam sangue oxigenado do coração para o corpo) causando o seu estreitamento.

Quando a obstrução ocorre nas carótidas (vasos calibrosos localizados em ambos os lados do pescoço, responsáveis por levar sangue oxigenado do coração para o cérebro) é chamada de DAOC (Doenca arterial obstrutiva carotídea), e DAOP (Doença Arterial Obstrutiva Periférica) quando ocorre estreitamento ou obstrução das artérias que levam o sangue do coração às extremidades do corpo como braços e pernas.

DAOC pode causar derrame e ou ataque isquêmico

A maioria dos pacientes com suboclusão das carótidas não apresenta nenhum sintoma. Normalmente, os sintomas ocorrem quando coágulos provenientes das placas de ateroma (formação composta de gordura, cálcio e células inflamatórias, localizada na parede das artérias) se soltam e migram em direção ao crânio, onde causam interrupções abruptas de pequenos vasos (embolia cerebral).

Essa situação pode gerar DERRAMES ou ATAQUES ISQUÊMICOS TRANSITÓRIOS – paralisia e perda da sensibilidade de apenas um lado do corpo (braço, perna e rosto) que podem durar apenas alguns segundos, horas, dias ou serem definitivas. Quando duram menos de 24 horas, chamamos de ataque isquêmico transitório; quando duram mais de 24 horas, chamamos de derrame.

DAOP pode levar à amputação das extremidades

Em alguns casos a obstrução pode causar a morte nos tecidos, e por consequência uma dor que não é possível de ser tratada. Para estes casos, podem ser necessárias amputações das extremidades.

Diagnóstico

O exame médico é a melhor forma de se diagnosticar estas doenças. Baseados na história do paciente e no quadro clínico, um bom médico faz o diagnóstico em mais de 80% dos casos. Quando existem dúvidas, os exames complementares permitem saná-las.

O ultrassom Doppler, um exame não invasivo, permite a visualização clara das artérias. Esse exame dura cerca de 30 minutos e permite saber se a suboclusão é maior ou menor que 60%. A angiotomografia e a angiorressonância magnética são outros exames que consolidam o diagnóstico e permitem definir a melhor forma de tratamento.

Indicação de Tratamento

Para se indicar a melhor alternativa é necessário conhecer como os pacientes evoluem sem nenhum tipo de tratamento e com as outras alternativas terapêuticas. Este conhecimento já está bem estabelecido.

Doença Carotídea

Evolução Natural da Doença Carotídea

Baseados em estudos realizados com milhares de pacientes, sabemos hoje que quando um indivíduo tem mais do que 70% de estenose (suboclusão) de uma artéria carotídea ele apresenta alto risco de apresentar um AVC em 3 anos. Se ele for assintomático e com a suboclusão, o risco é de 12% ao ano. Se ele for sintomático, isto é, se teve um AIT ou AVC, o risco é de 21 % de AVC em 3 anos.

Tratamento da Doença Carotídea

Para corrigir a suboclusão superior a 70%, dispomos hoje de duas técnicas excelentes: a cirurgia convencional (endarterectomia) e a angioplastia.

Ambas têm baixo risco (cerca de 3% de risco de uma isquemia cerebral), portanto, grande chance de cura (97%).

A decisão de qual a melhor alternativa em cada caso se baseia nas características clínicas, avaliadas pela equipe médica e nas características anatômicas do paciente, que podem ser estudadas com uma angiotomografia de troncos supra-aórticos, vasos cervicais e cerebrais.

Ambos são procedimentos delicados que devem ser realizados por especialistas experientes para diminuir os riscos de complicações como sangramentos, infarto do miocárdio, insuficiência renal aguda, AVC, arritmia cardíaca. Apesar de não acontecerem com frequência, são graves.

Doença Arterial Obstrutiva Periférica

Evolução Natural da Doença Arterial Obstrutiva Periférica

Baseados em estudos científicos com milhares de pacientes, sabemos hoje que quando um indivíduo tem DAOP e claudicação intermitente (dor apenas para andar e sem feridas) ele apresenta 1% de risco de amputação em 10 anos. Se ele apresentar isquemia crítica (dor contínua decorrente da isquemia associada ou não a feridas) o risco é altíssimo e sem o tratamento, tem 40% de risco de amputações em 6 meses.

Tratamento da Doença Arterial Obstrutiva

Para evitar os AVCs e as amputações é que são realizados os tratamentos da doença carotídea e da DAOP.